Reforma do imóvel na rua do Passeio, sem uso há duas décadas e que pertence à Prefeitura do Rio, custará R$ 37 milhões
A antiga sede do Automóvel Clube do Brasil, no centro do Rio, onde se reuniam os primeiros entusiastas da então nascente indústria automobilística à combustão, vai se transformar em um hub de inovação para a transição energética e a economia de baixo carbono.
A prefeitura vai investir R$ 37 milhões na reforma do imóvel — erguido no século 18 e sem uso há duas décadas — para transformá-lo no novo Centro de Finanças do Amanhã.
O novo espaço pretende ser a materialização de uma iniciativa que nasceu com a bolsa verde do Rio e que prevê ainda incentivos fiscais para estimular o desenvolvimento do mercado de crédito de carbono, como a proposta de redução do ISS, em tramitação na câmara municipal.
O projeto prevê “ISS neutro” para agentes de mercado que atuem com crédito de carbono voluntário, como plataformas e custodiantes, e redução de alíquotas para empresas que compensarem emissões na cidade, até o limite de R$ 60 milhões em renúncia fiscal ao ano para a prefeitura.
Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico, Chicão Bulhões, o objetivo do novo centro é atrair startups, universidades e entes públicos que estejam envolvidos com o fomento, a criação ou discussões regulatórias sobre temas ligados à transição energética, crédito de carbono e finanças descentralizadas (blockchain e cripto ativos).
— O novo centro será uma evolução do projeto da ‘bolsa verde’, unindo uma série de iniciativas que conversam com o mercado financeiro e reguladores, diante da necessidade do país de transformar o mercado de carbono em realidade. Temos no Rio CVM e BNDES, que são fundamentais nessa discussão. A cidade ganha se transformando em referência nesse debate — diz o secretário.
O novo hub também faz parte de uma iniciativa da prefeitura para revitalizar o centro da cidade. A reforma está prevista para ficar pronta até o final do ano ou início do ano que vem. Até lá o Centro vai começar a funcionar de forma virtual.
Um dos primeiros inquilinos deve ser a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que negocia com a prefeitura a instalação de um braço educacional e de inovação na rua do Passeio.
A iniciativa da bolsa verde recebeu destaque no final do ano passado no Global Public Service Team of the Year Awards 2022, premiação internacional de políticas públicas realizada pela ONG Apolitical. Além do Rio, que ficou como vice-campeão na categoria Planet Protectors, o Brasil teve dois campeões: LA-BORA! Gov, iniciativa de inovação do governo federal para o setor público (categoria Learning and Development Champions) e E.I.T.A! Recife, campeão na categoria Digital Innovators.
Fonte: O Globo